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. Breve Alusão ao Milagre d...
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. Poesia
. Фредерик Шопен. Весенний ...
Nasce o sol na montanha
desce a manhã na colina
sílaba a sílaba
palavra a palavra
sobe socalco acima
a mágica luz da poesia
Parado no doirado Outono
aconchegado nas verdes margens
desliza o Douro muito azul
reclamando amores
aos majestosos socalcos
deslizantes de cores
de fragrâncias
de sabores!
Douro meu amor
festa da vida
e dos sentidos
nas tardes de lagarada
és leito, foz e nascente
murmureja segredos
desenha sonhos
caminhos e roteiros
aporta ao cais da esperança
as cantigas e as danças
e à noitinha na hora dos felizes cansaços
devolve-te inteiro
à intacta memória das tuas águas
à intacta memória dos teus amores.
Sorrindo, rindo, gargalhando,
sumarentos e perfumados cachos
abraçam o Outono desde o romper do dia.
Uma leve brisa passa
enquanto murmura: Torga, Torga... Torga...
Erguem-se súbitos mastros
*" À proa dum navio de Penedos "
Em S. Leonardo da Galafura vive eterna a alma da poesia.
**Alusão ao poema "São Leonardo da Galafura" de Miguel Torga
A Natureza desistiu
O Transmontano sonhou
trabalhou e agradeceu.
Deus olhou, admirou e sorriu:
tinham sido criados
as fragrâncias
os néctares
o silêncio
e a poesia.
Doces fragrâncias de magnólia desatam memórias de viagens inacabadas.
Ali perto, Fernão de Magalhães
termina, enfim, a viagem tão desejada.